domingo, 7 de abril de 2013


SOMENTE MAIS UMA HISTORIA...
O meu nome é Maria, sou casada e trabalho, juntamente com o meu marido, na feira da madrugada. Sempre conseguimos a nossa sobrevivência desse trabalho, que começou quando ganhamos um Box. Coseguimos desenvolver um trabalho no ramo da confecção e estávamos no cominho certo, tanto que já podíamos, todo começo de ano, viajar para visitar os nossos parentes.
Mas devido a problemas que fogem do nosso entendimento, a Prefeitura passou a administrar a feira da madrugada. Após tomar posse da administração da feira, a Prefeitura editou uma portaria estabelecendo, como obrigatório, o cadastramento a todos os trabalhadores da feira. Acontece que no começo do ano, por ficar o movimento fraco, a maioria dos donos de boxes viajam, e entre esses estávamos incluídos. Estávamos viajando, quando a Prefeitura abriu o cadastramento dos boxes.
Somente alguns dias depois de acabar o prazo para o cadastramento, chegamos e tomamos conhecimento do cadastramento, mas como a Prefeitura anunciava, nos serviços de alto falante da feira, que haveria um novo cadastramento, ficamos tranquilo e continuamos a trabalhar normalmente, mesmo porque, existia varias pessoas com o mesmo problema, não tinham realizado o cadastramento. O problema foi que não houve o segundo cadastramento como foi anunciado, o que acabou prejudicando varias pessoas que ficou sem cadastro.
No mês de agosto, com a proposta de punir aqueles que comercializavam mercadorias ilegais, a feira foi fechada pela Prefeitura. E tudo mudou. Somos pequenos, não tínhamos uma grande estrutura de trabalho, com o fechamento da feira, a nossa mercadoria ficou presa no interior do Box, não tínhamos acesso à mercadoria e dessa forma não tínhamos mercadoria para trabalhar e pagarmos nossas dividas.
Nesse meio tempo, começaram a chegar as contas e mais contas para pagar, fornecedores, instituições financeiras, colaboradores, inclusive nossas contas particulares, começando então, o nosso grande pesadelo, a feira fechada, nossa mercadoria presa no Box, nós aflitos e de mãos atadas, desesperados, sem ter o que fazer e nem trabalhar.
Quando a feira abriu ficamos ainda mais desesperados, descobrimos um enorme prejuízo, as nossas mercadorias estavam todas danificadas, tendo até destruição promovida por ratos, deixando todas as peças impróprias para o comercio, olhamos para tudo aquilo e apenas conseguimos ver mais um enorme prejuízo de difícil solução.
A feira reabriu, mas em meio a tantas confusões e inseguranças, os clientes não apareceram, impossibilitando as vendas. As nossas dividas começaram vencer e como não tínhamos como pagar,, ficamos em uma situação difícil, tão difícil que perdemos o nosso credito na praça, perdemos a possibilidade de trabalho, devemos a fornecedores, instituições financeiras, e não temos saída, pois além de não ter mais credito, nos foi retirado o Box, por não termos o cadastro, ficamos literalmente sem saída, nós não sabemos fazer nada diferente do que fazíamos, o Box é nossa única ferramenta e local de trabalho.
Conseguiríamos a solução se a Prefeitura não nos impedisse de trabalhar no nosso local de trabalho, onde sempre trabalhamos, mas por não termos conseguido fazer o cadastro, nos foi negado o direito de trabalhar, mesmo que nada tivéssemos feito de errado, pois o local, de direito é nosso e uma operação de cadastramento, realizada de forma totalmente comprometedora e cheia de ilegalidades, não pode nos colocar nessa situação e ter a força de nos tirar o nosso único local de trabalho e destruir o nosso meio de sobrevivência, e principalmente os nossos sonhos.
Hoje devido aos desmandos da Prefeitura, somos inadimplentes, não temos condições de nada, pois até o nosso local de trabalho nos foi usurpado e devido a tudo isso, a nossa vida, antes toda controlada, está hoje em total desarranjo, não temos condições nem de alugar uma casa para morarmos, tudo por termos perdido o nosso direito de trabalhar, em um espaço que conquistamos com muito trabalho e esforço, espaço que nos foi arrancado ilegalmente e injustamente e por um ato de abuso. A feira tinha sua dinâmica, tudo funcionava bem e sem qualquer problema. Trabalhar honestamente foi o que eu e meu marido sempre fizemos, não sabemos fazer nada diferente. A Prefeitura que deveria cumprir sua função social, ou seja, garantir as condições de trabalho de todos os cidadãos, age de forma autoritária, sem qualquer conhecimento de funcionamento da feira, realiza um cadastramento de forma ilegal e tendenciosa e não dá qualquer possibilidade de defesa e explicação pela falta do cadastro. Ditatorialmente, retira, daqueles que acreditaram na sua palavra e não teve a oportunidade de realizar o cadastro do seu Box, o seu local de trabalho, sem qualquer explicação ou fundamento. Assim, olho para o meu marido e perguntamos um ao outro, o que vamos fazer, se não conseguirmos de volta o nosso local de trabalho?  
É diante desse quadro, dessa duvida, para nos dramático, e para que possamos andar de cabeça erguida, para que possamos tirar nossa sobrevivência do nosso trabalho, como sempre tiramos, pois não temos preguiça de trabalhar, e para que isso aconteça, estamos lutando para termos o nosso Box de volta, o nosso local de trabalho nos é imprescindível. A Prefeitura se coloca numa posição de Senhor Feudal, só ela pode fazer, não dá explicação para ninguém, não muda a sua posição por nada, mesmo ciente de que esta errada. Sem saber o que fazer ou a quem se socorrer que perguntamos. O que será de nos e de nossa família? Será que ninguém está vendo a realidade dos fatos? Porque, mesmo com a mudança de administração tudo continua no mesmo, inclusive as coisas erradas?
Nos acreditamos no PT, acreditamos que na sua administração a moralidade seria instalada na feira, mas não é isso que está acontecendo. Temos o sentimento de que a feira acabou para nós, os honestos não está tendo espaço, também, nessa administração, mas o pior é que a feira está acabando, os problemas aumentam dia a dia, os clientes não sentem segurança para trabalhar com a feira, não possui um atendimento a altura e dessa forma procuram novos espaços para realizarem suas compras.


SÓ QUEREMOS TRABALHAR HONESTAMENTE E DE FORMA DESCENTE, COMO SEMPRE FIZEMOS, ANTES DA CHEGADA DA PREFEITURA, QUEREMOS E NECESSITAMOS DO NOSSO BOX DE VOLTA, POIS É UM DIREITO ADQUIRIDO, CONSEGUIDO COM MUITA LUTA, TRABALHO E NOITES SEM DORMIR. NÃO ACEITAMOS E NEM CONCORDAMOS COM A POSIÇÃO E OS PROCEDIMENTOS DA PREFEITURA, POR TUDO ISSO QUE QUEREMOS O NOSSO DIREITO RECONSTITUIDO, A DEVOLUÇÃO DO DIREITO DE TRABALHAR NO NOSSO LOCAL DE TRABALHO, NO NOSSO BOX. JÁ QUE NÃO COMETEMOS CRIME ALGUM. QUE A PREFEITURA SAIA DO CASULO E DIGA PRA QUE VEIO, NÃO ACEITAMOS MAIS ATITUDES PALIATIVAS, QUEREMOS UMA SOLUÇÃO, UMA DEFINIÇÃO DA SITUAÇÃO DA FEIRA.

Maria (s)...




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