1º PARTE - O AMBULANTE
A Prefeitura de São Paulo, na figura de seus Secretários, diante
de um projeto, que se apresenta com a cara de social, mas nada tem de social,
visa apenas alcançar interesses de algumas pessoas, já abastada, em detrimento da
população menos favorecidas, mesmo que no meio exista algumas que não se
encaixam nesse patamar, temos ai a maioria.
São gentes trabalhadoras que ao chegarem onde hoje é a feira da
Madrugada, já haviam percorrido um longo caminho de sacrifício e trabalho em
horários totalmente diferenciados da grande maioria da população, ou seja, de
madrugada. Sendo o Pátio do Pari um grande desafio, para lá foram os chamados
marreteiros, sim, pois os ambulantes possuem locais fixos para trabalhar e o
marreteiro trabalha onde dá.
Como a vida deles nunca foi fácil, ali também sabiam que a luta
seria grande, até formar uma freguesia e um costume, mas sempre souberam
fomentar esse tipo de comercio e ali não seria diferente.
Assim numa região abandonada, desvalorizada, esquecida pelo Poder
Público e por todos, com a vinda dos marreteiros tornou-se cada dia mais
atraente, começaram a surgir na Região, outros movimentos, tais como a ocupação
da rua, também de madrugada e outros tipos de comercio no entorno, fazendo o
Brás se transformar e ser conhecido em todo o Brasil pelo seu tipo de comercio,
que acontecia de madrugada, quando as lojas tradicionais estavam fechadas, e quando
elas abriam suas portas, os marreteiros fechavam suas lonas, e assim todos
viviam e sobreviviam.
O terreno chamado Pátio do Pari, em principio pertencia a Rede
Ferroviária, desativada e em inventariança, até que a União recebeu a
titularidade do terreno. Com o domínio, entregou a posse a Prefeitura de forma
provisória, para ser construído ali um projeto social, condição para a Prefeitura
ter a guarda e posse definitiva. Desse dia em diante tudo se modificou.
Antes da Prefeitura, bem no inicio, quando se implorava para que o
marreteiro não abandonasse o local, para ir para rua, o espaço era precário,
com o tempo e as pessoas foram acreditando, começou a crescer o movimento, a
quantidade de marreteiros e o principal a quantidades de compradores.
Passado algum tempo a pessoa que detinha a posse do terreno cedido
pela Rede Ferroviária, vislumbrou o significado do que estava acontecendo e
como somente visava o dinheiro, derrubou o Administrador e ficou na
administração, fazendo o que bem queria, tais como venda de ponto, aluguel de
ponto, sem qualquer tipo de amolação ou incomodo. (sabe-se hoje que o único
incomodo que tinha era com a política que lhe cobrava muito).
Quando a Rede tirou o terreno da empresa que administrava o Pátio
do Pari, a já famosa Feira da Madrugada, e passou para o patrimônio da União,
que tentou de alguma forma dar uma utilidade pública ao espaço, foi designado
um administrador, um interventor da União, em conjunto com o administrador que
iniciou a feira, como não conseguiu sucesso e após tirar seu interventor, a
União cedeu a Prefeitura o terreno de forma precária, provisória, até que fosse
dada ao local uma destinação social ou a mais adequada.
Continua...
FEMACORE – 02/06/2013
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