sábado, 1 de junho de 2013

FEIRA DA MADRUGADA - O AMBULANTE, MARRETEIRO

1º PARTE  -  O   AMBULANTE



A Prefeitura de São Paulo, na figura de seus Secretários, diante de um projeto, que se apresenta com a cara de social, mas nada tem de social, visa apenas alcançar interesses de algumas pessoas, já abastada, em detrimento da população menos favorecidas, mesmo que no meio exista algumas que não se encaixam nesse patamar, temos ai a maioria.

São gentes trabalhadoras que ao chegarem onde hoje é a feira da Madrugada, já haviam percorrido um longo caminho de sacrifício e trabalho em horários totalmente diferenciados da grande maioria da população, ou seja, de madrugada. Sendo o Pátio do Pari um grande desafio, para lá foram os chamados marreteiros, sim, pois os ambulantes possuem locais fixos para trabalhar e o marreteiro trabalha onde dá.

Como a vida deles nunca foi fácil, ali também sabiam que a luta seria grande, até formar uma freguesia e um costume, mas sempre souberam fomentar esse tipo de comercio e ali não seria diferente.

Assim numa região abandonada, desvalorizada, esquecida pelo Poder Público e por todos, com a vinda dos marreteiros tornou-se cada dia mais atraente, começaram a surgir na Região, outros movimentos, tais como a ocupação da rua, também de madrugada e outros tipos de comercio no entorno, fazendo o Brás se transformar e ser conhecido em todo o Brasil pelo seu tipo de comercio, que acontecia de madrugada, quando as lojas tradicionais estavam fechadas, e quando elas abriam suas portas, os marreteiros fechavam suas lonas, e assim todos viviam e sobreviviam.

O terreno chamado Pátio do Pari, em principio pertencia a Rede Ferroviária, desativada e em inventariança, até que a União recebeu a titularidade do terreno. Com o domínio, entregou a posse a Prefeitura de forma provisória, para ser construído ali um projeto social, condição para a Prefeitura ter a guarda e posse definitiva. Desse dia em diante tudo se modificou.

Antes da Prefeitura, bem no inicio, quando se implorava para que o marreteiro não abandonasse o local, para ir para rua, o espaço era precário, com o tempo e as pessoas foram acreditando, começou a crescer o movimento, a quantidade de marreteiros e o principal a quantidades de compradores.

Passado algum tempo a pessoa que detinha a posse do terreno cedido pela Rede Ferroviária, vislumbrou o significado do que estava acontecendo e como somente visava o dinheiro, derrubou o Administrador e ficou na administração, fazendo o que bem queria, tais como venda de ponto, aluguel de ponto, sem qualquer tipo de amolação ou incomodo. (sabe-se hoje que o único incomodo que tinha era com a política que lhe cobrava muito).

Quando a Rede tirou o terreno da empresa que administrava o Pátio do Pari, a já famosa Feira da Madrugada, e passou para o patrimônio da União, que tentou de alguma forma dar uma utilidade pública ao espaço, foi designado um administrador, um interventor da União, em conjunto com o administrador que iniciou a feira, como não conseguiu sucesso e após tirar seu interventor, a União cedeu a Prefeitura o terreno de forma precária, provisória, até que fosse dada ao local uma destinação social ou a mais adequada.



Continua...


FEMACORE – 02/06/2013


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